Tecnologia prejudica a memória? A resposta é não!

Quantas vezes você já escutou, ou mesmo falou, que a memória não é a mesma de antigamente? Muitas pessoas atribuem isso aos dias atuais, que contam com maior uso de eletrônicos e rotinas mais corridas. O estresse da vida moderna pode mesmo dificultar a lembrança das coisas, mas a tecnologia não.

“A tecnologia não prejudica a memória. O que acontece é que hoje há um maior acesso à informação, que vem de diversos meios de comunicação. O cérebro tem uma capacidade de armazenamento e guarda o que a pessoa precisa mais, o que é importante”, destaca o coordenador do programa Cérebro Ativo do Hospital Sírio-Libanês, Alexandre Leopold Busse. Com a facilidade de recolher informação na internet, não há mais necessidade de reter o conteúdo na memória, apenas o tema e local onde reencontrá-lo. Ou seja, um uso distinto da memória.

A preocupação em ter uma boa saúde mental vem aumentando nos últimos anos, principalmente em razão da mudança demográfica, com o aumento da longevidade, e do atual estilo de vida, em especial nas grandes metrópoles. A memória pode ser afetada por diversos fatores, como estresse, sono inadequado, insônia e sobrecarga de atividades, mas o não estímulo do cérebro também pode ser prejudicial, uma vez que, quanto mais se usa e desafia de forma saudável esse órgão, mais conexões são feitas e a tendência é lembrar mais dos fatos.
O que é muito recorrente é a sensação de esquecimento. Para saber se esse é o caso, é importante analisar o que não está lembrando e se é relevante perto de tudo que vivencia durante o dia. A dificuldade para se lembrar das coisas pode afetar pessoas de qualquer faixa etária. No entanto, nos idosos, é mais recorrente, uma vez que o envelhecimento modifica naturalmente as conexões cerebrais, promovendo mais quadros de esquecimento, além da velocidade de processamento e agilidade também serem impactados.
“Nem todo problema de memória significa que a pessoa está desenvolvendo mal de Alzheimer. Em idosos, pode ser uma mudança normal da idade, de não lembrar determinadas coisas. Por isso é importante uma investigação por parte do médico”, explica o coordenador.
O médico alerta que a doença de Alzheimer é cada vez mais recorrente, principalmente pela maior expectativa de vida, e que tende a aumentar o número de casos diagnosticados nas próximas décadas.
“A memória não está restrita a uma região do cérebro, mas a vários pontos, e fazem diversas conexões com outras áreas. Por isso, mantê-lo ativo, aprendendo coisas novas, estudando, desafiando-o mais, essas áreas se conectam, com benefícios que vão além do cérebro”, conclui Busse.
Fonte: https://coracaoevida.com.brpor Camila Sotério - Equipe Coração e Vida

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